
Sou uma coisa meio branca, uma coisa que simula;
Um género de homem-bomba na terra do nunca.
Procuro o fruto
Desmancho o miolo até à casca
Fora do mais denso negro centro
(a luta antes da luta)
Encontro uma asa na palma da mão
Ela se fixa
Quase transparente entre a sílaba e o tumulto
E penso: o que tenho para fazer neste mundo?
«Não teremos destruído nada se não destruirmos as ruínas»
Estou e estarei a saber todos os dias
Que gasto o futuro.
O presente forma um corpo que vem fortalecer a nossa nostalgia
O que torna mais profundo o último dia
de um único e repetido dia.
...
Sónia Bettencourt
Sem comentários:
Enviar um comentário