17.12.07

(Nada nem niguém saberá o meu nome exacto)

...

Sou uma coisa meio branca, uma coisa que simula;

Um género de homem-bomba na terra do nunca.

Procuro o fruto

Desmancho o miolo até à casca

Fora do mais denso negro centro

(a luta antes da luta)

Encontro uma asa na palma da mão

Ela se fixa

Quase transparente entre a sílaba e o tumulto

E penso: o que tenho para fazer neste mundo?

«Não teremos destruído nada se não destruirmos as ruínas»

Estou e estarei a saber todos os dias

Que gasto o futuro.

O presente forma um corpo que vem fortalecer a nossa nostalgia

O que torna mais profundo o último dia

de um único e repetido dia.

...



Sónia Bettencourt

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