26.2.09

Igualmente.

Somos de natureza contrária.
Um de nós pode destruir o outro, mas só por fora,

uma onda que vem
de muito longe, demora a chegar
à praia, ao sol que soçobra
no lugar onde nós estamos,
entregues, entristecidos. Dentro,
no interstício de silêncio
ameaçado pela despedida, sempre
de despedida ameaçado, nenhum
de nós* será destruído nunca,
a memória da rua com plátanos,
o pólen mordente da primavera,
o cântico dos pardais. Não,
eu não quero esse amor indeciso
que soçobra num frio inebriante:
cada um com o outro tenta conservar
o seu ser, a identidade que sorri
na janela do quarto que fica por fechar.




Joaquim Manuel Magalhães


_

* para ti, que crês que te sou igual sempre que te estranho.



12.2.09

your tatoo



...

You're already in there.
I'll be wearing your tattoo.
You're already in there.
...

8.2.09

Nelo e Idália



«se a gente conseguissemos espirrar pero cu não apanhávamos sida...»

Rir ~rir * rIir ririr Rir * riIiiir rIr *

1.2.09

Deixa-me...


Deixa-me amar-te com ternura, tanto
Que nossas solidões se unam
E cada um falando em sua margem
Possa escutar o próprio canto.

Deixa-me amar-te com loucura, ambos
Cavalgando mares impossíveis
Em frágeis barcos e insuficientes velas
Pois disso se fará a nossa voz.

Deixa-me amar-te sem receio, pois
A solidão é um campo muito vasto
Que não se deve atravessar a sós.

Lya Luft