5.4.08

O Insaciável Homem-Aranha


(...) A pensar em tudo isto massajo-me um pouco e a tranca pôs-se-me tesa e grossa. Masturbo-me. Suave. Com a ponta dos dedos. Júlia deve estar acordada e não quero que saiba que estou excitado, a pensar na negra Ivón. Ahhh, que bom. Toco na Júlia. Ponho a mão no seu sexo. Masturbo-a um pouquito. Molha-se:

- Vem. Espeta-te.

- Não, não! Tu, tu.

- Vem cá tu e espeta-te, pa’gozares.

Falamos num sussurro. A dois metros de nós fica a sala e a minha mãe dorme. Isto é pior que uma gruta. Põe-se às cavalitas em cima de mim e espeta-se ela mesma. Apenas com dois centímetros dentro tem o primeiro orgasmo. Tenho de lhe tapar a boca com as mãos porque se entrega e suspira. Sufoca-se como uma odalisca. Nessa posição vem-se sempre como uma adolescente. Uma e outra vez. Ela mesma comanda. Quem é que disse que está na menopausa? Sobe, desce, bate para os lados. Crava-se a fundo. Todo dentro: dezoito centímetros. Ela faz tudo. e eu ali, de barriga para cima, sossegado, com os olhos fechados e a pensar em Ivón. Como me agrada essa preta e como eu lhe agrado! Adora trepar-me em cima às cavalitas e tem um orgasmo atrás do outro. É escandalosa e grita e suspira. Tem trinta e sete anos, mas fica extenuada em cinco minutos. Quando já não aguenta mais, deito-a de barriga para cima, trepo eu e demoro uma hora ou mais. É isso que tem de bom a minha idade: nunca tenho pressa e já não procuro, encontro. A negra engatou um galego há um ano. Creio que é de Vigo. Engordou, a ganda cabrona. Saca-lhe bastante dinheiro e arranjou umas mamas e um cu de campeonato. Estava magra devido à fome e eu a julgar que era pela estética. O galego baba-se atrás dela e até garrafas de bagaço lhe traz. Melhor dito: traz-me. Ele nem imagina para quem carrega o bagaço. Ivón não bebe.

Com a Júlia não consigo foder tanto. Não me excito bem. Deixo-a ter três ou quatro orgasmos e ala. Aborreço-me. Cada vez gosto menos das brancas. Deitamo-nos um ao lado do outro. Sem falar. Nem uma palavra de amor. Apenas um par de beijos insossos. Não sei como é possível que consiga ter tantos orgasmos. Ela não percebe que isto já se acabou? Não entende que continuamos juntos por inércia e ladeira abaixo? Foda-se, que mulher mais estúpida e persistente! Continuamos a suar como duas mulas. Só há uma ventoinha e ontem à noite deixei-a à minha mãe. Relaxo-me o mais que posso. Tenho uma poça de suor nas costas. Ao menos esta noite não há mosquitos. A Júlia já ressona. Adormeci.

(...)




Pedro Juan Gutiérrez



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