27.5.08

Apesar De Mim

Primeiro disse-te que não sabia o que queria. Depois disse-te que não te queria.

Pedi-te, vezes sem conta, que guardasses os fósforos. Que te ias queimar.

Mas tu não desististe de vir bater à minha porta.

Gosto de abismos. Disseste-me num tom de quem está acostumado a ganhar coisas.

Atirei-te a treta de que estava estragado e que não saberias nunca pôr-me num lugar.

Mas mesmo assim vieste a correr depois de teres recebido a minha mensagem queres aparecer cá em casa?

À porta declarei que me sentia sozinho, triste e carente... blablabla... e anunciei-te que precisava de prazer.

Entraste.

Quando acabámos quis devolver-te ao teu lugar.

Disse-te que não estava habituado a dormir acompanhado e que o melhor era ires passar o resto da noite na tua casa.

Podias ter saído da minha cama com orgulho, mas antes de te levantares sorriste e deste-me um beijo na testa.

Merda.

Antes de saíres perguntas se me podes ligar amanhã e eu respondo que vou ter um dia-de-cão e acabo a longa frase com um talvez dê.

Às cinco da tarde tenho três chamadas-não-atendidas tuas no meu telemóvel.

Não te ligo de volta apenas porque não sei o que te dizer ou se tenho alguma coisa a dizer-te.


Á uma da manhã recebo uma mensagem tua



Amo-te, apesar de mim. Beijo.




1 comentário: