2.1.08

(raios de luz-por-dentro)

Tirei os bagos, um a um,
de dentro da romã. Juntei-os
no prato do poema, e construí com eles

a tua imagem para que
a pudesse morder como se ama,
até ouvir o teu riso perguntar-me: «Que

fazes?», enquanto libertavas
os seios para que a luz os mordesse
como se morde a romã.


Nuno Júdice



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... E nos teus braços, que nenhum mar cansa, me aninho
como se nunca tivesse conhecido a mornidão da Ternura.


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