
Hoje não me canso de escutar esta música. Naufrago nela. Escuto’a dentro. Por dentro. Cada nota. Cada palavra. A voz da Lhasa tem mãos e garras e abismos. _Esquematizo uma Libertação._ Penso num homem (?) que parte hoje para Africa porque o seu espaço se tornou pequeno.
|… Then I’ll die three times
And be born again
In a little box
With a golden key
And a flying fish
Will set me free …|
Escrevo para o homem a caminho de África. Para a Lhasa. Para mim e para os meus que deixei no/a caminho dos espaços que se tornaram demasiado pequenos para alguém.
Penso no que a vida me dá e no que não sei se me deve. Penso que expludo. Que me transformo em peixe voador e depois cinzas. Penso nas minhas mortes de todos os dias _ partidas, adeus, despedidas, desprendimentos, renúncias e suas respectivas bandas-sonoras.
Penso que me derreto.
Penso nas coisas que quero fazer a olhar de frente e nas outras que me irão surpreender pelas costas. Penso em agradecer por isso. |agradeço muito, eu.| Penso em rir’me de mim e com aqueles que me fazem cócegas na Vida. Penso e o meu espaço estreita-se, agora.
|too smal!|
Penso em bagagens e asas e incertezas e vertigens _e lágrimas, porque não? Penso que a vida continua a mesma aqui à minha volta.
E cá estou eu a morrer e a renascer _outra vez. Diferentemente, outra vez.
Penso no César. Na Vera-do-Meu-Coração. Na MãeTina. Nas Manas-Luz. Na minha princesa Bia e no meu mais recente príncipe Gui. Penso no Daniel, na Bita, no Mário, na Ana, no André, na Jaulas, na Andreia, na
Ah, os dias! |…|
E assim vou tatuando braços à volta dos meus.
E assim vou levando sorrisos _como bandeiras_ às regiões mais remotas e frias do meu coração.
E assim vou colocando palavras sobre a mesa redonda e modesta do meu coração, que sirvo, com algum aprumo, aos espaços da minha vida.
|… And my dust will tell
what my flesh would not.
Soon this space will be too small _And I’ll go outside. |
And i’ll go outside.
Sem comentários:
Enviar um comentário