24.7.07

Até ao fim.



















Mas é assim o poema:

construído devagar, palavra a palavra,
e mesmo verso a verso,
ate ao fim.

O que não sei é como acabá-lo;
ou, até, se o poema quer acabar.

Então, peco-te ajuda:
Puxo o teu corpo para o meio dele,
deito-o na cama da estrofe,
dispo-o de frases e de adjectivos
até te ver,

tu, o mais nu dos pronomes.



Ficamos assim.
Para trás, palavras e versos,
e tudo o que não é preciso dizer:

eu e tu

chamando o amor para que o poema

acabe.



Nuno Judíce


| imagem _ Armanda Passos |

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